quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pelo sim, pelo não...

Eles apanhavam o mesmo comboio todos os dias, à mesma hora. Repararam um no outro, falaram sobre o tempo e outras banalidades.
Trocaram livros, musicas, filmes, segredos, desabafos e
Ele disse-lhe que ela tinha qualquer coisa diferente, um brilho que ele não sabia pôr em palavras.
Ela desconfiou.
Ele deslumbrou-se.
Ela assustou-se.
Olhou para si - não era nem alta nem baixa, nem gorda nem magra, nem bonita nem feia, nem pobre nem rica - uma pessoa normal.
Pensou qual seria a verdadeira intenção ou no que ele lhe poderia vir a pedir.
Pensou que não tinha nada de especial para lhe dar.
Pelo sim, pelo não, ela deixou de apanhar o mesmo comboio, todos os dias, à mesma hora.
Ele sentiu pena.

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